quarta-feira, 9 de maio de 2012

PEQUENOS OBJETOS NA ARTE DE PORO DE JESUS


PROJETO INTERFACE - OSS e Kaaruara
elaboração e execução:  Erly Ricci e Silzi Mossato
 texto: Silzi Mossato 
fotos: Erly Ricci e Silzi Mossato 

Difícil obter uma foto da mão do artista, sem trêmulos ou sombras. A velocidade dos clicks não acompanham a velocidade dos dedos que agitam o instrumento. Mas depois de inúmeras tentativas, em dois encontros distintos, acertamos o foco. Postamos o resultado ao lado daquelas imperfeitas, pois na imperfeição,  a agilidade do instrumentista é revelada.
Poro, Jairo, Mamangava
Poro, Mestre Zeca, Aorélio Domingues
jantar em Morretes, antes do Baile de Fandango








Durante mais de 30 horas de permanência na Casa Mandicuera acompanhamos as idas e vindas de Poro de Jesus, que atravessava a arrumação do espaço para apresentações da Tato Criação Cênica com participação nas cantorias dos demais frequentadores. Entrava na roda com a alegria de menino que entra na brincadeira predileta e, com o mesmo humor, a deixava para cumprir com a tarefa do final de semana. Num desses intervalos apresentou o outro lado de sua arte: a produção de instrumentos e tamancos, em tamanho padrão e em miniaturas repletas de detalhes.
Eloir Paulo Ribeiro de Jesus, o Poro, integra o grupo que faz a gestão do Ponto de Cultura Casa Mandicuera, toca fandango com habilidade de mestre e produz no Atelier Rodrigo Domingues que compõe a associação. O adufo e a caixa são seus instrumentos, tanto para tocar quanto para produzir. Mas nas miniaturas reproduz também os instrumentos de corda e o faz com tal cuidado que pode-se arrancar sons dos pequenos objetos.


No segundo encontro Poro retornava da Ilha de São Miguel. Na noite anterior havia tocado no Baile de Fandango que marcou o encerramento da Romaria do Divino, mantida pela Casa Mandicuera sob coordenação do parceiro Aorélio Domingues. Na ocasião, estava em Morretes para outro baile,promovido pela ACAMFAM, Associação recém-criada por músicos morretenses, frequentadores das aulas de instrumentos da Casa Mandicuera. Mas as atividades fandangueiras diferem das produções a que estamos acostumados. A reunião para o barreado regado a “Mãe cá Filha' (cachaça com melado) que antecedeu ao baile, logo descambou para roda de fandango. E em roda de fandango, violeiros, rabequeiros, tocadores de percussão fazem revezamento sem escalas, com naturalidade e bom humor. Na ocasião, enquanto experimentávamos a parceria e o companheirismo raro que marca o grupo, conseguimos o registro fotográfico pretendido. Mas ele é um detalhe, apenas um detalhe, deste parnanguara, que na simplicidade de seus afazeres, faz a diferença na Ilha do Valadares e região.
Baile em Morretes - Poro e Aorélio com novos instrumentistas formados pela Casa Mandicuera,

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